SOMENTE COMO A CHUVA
Ontem a noite eu olhava a chuva
O jeito que ela tocava o chão, a maneira firme como caía
o som incomum que só ela faz
A simplicidade da chuva me fascinou
Pois ela é somente o que é, A chuva
Ainda que a denominemos como fina, forte, com ventos,
passageira, de verão ou de inverno
Nela não há pretensão ou desejo algum, ela simplesmente é
Não precisa avisar quando chega e nem quando cessa
Não precisa se aperceber em fortaleza ou fraqueza
Somente cair e seguir
Sem destino ou vontade de ir ou ficar
Ainda que inventemos meios de contê-la, ao fim não poderá ser contida
Voltará ao céu, invisível, evanescente, sem cor, sem cheiro, sem mágoas ou culpas
Livre como o vento
E tão subitamente como começou, ela cessou
Não sei quanto tempo durou
Também não importa
Porém ao ir embora, deixou em mim um desejo e uma forte vontade
De ser somente como a chuva.
By Arthur Suan, O Incompreendido - Livre como o vento
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